sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cheguei, iupiiiii!


Hoje foi um dia muito especial para mim. Acordei já sentindo uma tensão absurda, afinal era o tão esperado momento da prova oral final da 'Licenza' que faço em Filosofia, aqui em Roma. Não consegui comer nada, somente tomei um café preto quando cheguei na Gregoriana. Por que! Na hora um descontrole interno total, hehehehe. Saí correndo procurando um banheiro, mas já era quase hora de começar a prova. Fui ao banheiro assim mesmo: seria impossível fazer qualquer coisa com aquela 'escola de samba' batucando na minha barriga. Alívio total. Mas ainda continuava supertenso.

Cheguei na sala. Não tinha ainda nenhum professor. Esperei um pouco. De repente chegou o prof. Flanery, depois o prof. Keramihigo e logo em seguida o prof. D'Agostino. -Chegaram os meus algozes, pensei... mas não falei, que bobo não sou. O Flanery pediu que eu fizesse uma oração antes. Peguei com o Espírito Santo e Santa Agnese, patrona de uma igreja lá na piazza Navona.Um dia fui lá e senti-me muito bem. Peguei um carinho especial pela santa. Me confiei a ela. Nos sentamos todos e ouvi a primeira pergunta, feita pelo Flanery, sobre a Sostanza Soprasensibile e o Movimento Incorrutibile, ou seja, o capítulo sexto do livro Lambda da Metafisica de Aristotele . Pensei: Como Deus é bom! Sei a resposta de cabo a rabo. Respondi com segurança. Veio a segunda pergunta: 'Analisi dell'essente finito mediante le nozione di Atto e Potenza, feita pelo Keramihigo. É o divenire! É o divenire! Minha mente gritava. Respondi também esta, com certa facilidade. A última pergunta feita pelo D'Agostino foi sobre Teodicéia e a questão do male, fácil de responder se se usa o esquema tomista dell'essere.

Terminou! Terminou! Terminou! Não conseguia acreditar. Depois de dois anos, o ponto final. O término de uma etapa desafiadora, difícil e ao mesmo tempo, enriquecedora. Pensei no pe. Paulinho, que confiou em mim, me mandando estudar aqui em Roma. Pensei no pe. Mariano, que continua confiando, permitindo que eu faça doutorado. Pensei na minha mãe, que de tão longe torce tão perto por mim. Pensei nos meus confrades brasileiros aqui em Roma, que sempre me apoiaram e me ajudaram nestes dois anos de estudos. Pensei como Deus é misericordioso comigo, eu que não faço nada para ser merecedor de tanto amor. Pensei em como a vida é engraçada....e pensando cheguei na piazza Navona, entrei na igreja de Santa Agnese, ajoelhei e agradeci.

pe. Gil

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